quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Adeus à Europa com mais uma derrota nos minutos finais.


O Braga despediu-se com uma derrota da Champions e não conseguiu o milhão de euros que valia o jogo. Ao Galatasaray saiu o jackpot: um milhão de euros e apuramento para a próxima fase.
Este Braga é um romântico desnaturado, incapaz de assentar numa relação monogâmica com o jogo. Mais do que desejar a vitória, o conjunto anseia florear quando é desnecessário e ausentar-se dos momentos mais relevantes, quando a sua presença é imperativa.
Não é fácil dissecar estas quebras de responsabilidade. Diante do Galatasaray, por exemplo, tudo aparentava estar perfeitamente controlado, até à hecatombe.
O golo de Márcio Mossoró na primeira parte, num remate bem colocado após um erro ridículo de Felipe Melo, afigurava-se até como escasso para tamanha superioridade.
Sem nota de pré-aviso, mensagem enviada ou pombo-correio que se visse, o Galatasaray decidiu jogar e arrasou em poucos detalhes o mundo perfeito - quase nostálgico e bucólico - do Sp. Braga.
Burak Yilmaz, num cabeceamento bem colocado, marcou pela sexta vez na Liga dos Campeões (minuto 58) e o homónimo Aydin fez aos 80 o que a evolução do jogo foi sugerindo: o segundo do Galatasaray.
Podemos ser justos e recordar que o Braga fez dois belos jogos contra o ManUtd e até ganhou em Istambul. Tudo ok. Mas o essencial é isto: em seis jornadas, a equipa de Peseiro fez três pontos e demonstrou uma incapacidade alucinante de ser pragmática e gerir vantagens no marcador. A participação na Liga dos Campeões foi má a acabou pior.

José Peseiro: "Não me quero agarrar ao infortúnio, mas este jogo reproduz o que fomos na Champions. O que fizemos era suficiente para vencer. Tivemos oportunidades e domínio. Excetuando o início da segunda parte, quando o Galatasaray pressionou mais, tivemos mais bola e caudal ofensivo. O resultado é injusto. A minha equipa foi infeliz. Só peço que esta infelicidade nos deixe. Quem joga assim não pode carregar tanto infortúnio. Compreendo o descontentamento, mas as pessoas friamente vão ver que há coisas que não se controlam. Os bracarenses estão infelizes, como eu estou, mas temos de ver que a derrota é injusta. Há poucos dias eliminámos o Porto e estávamos felizes. É assim. Queríamos vencer para melhorar a nossa afirmação. Não temos de nos envergonhar com o que fizemos."

Custódio: "Praticamos bom futebol, mas temos de melhorar o rendimento defensivo. Estou certo que isso vai acontecer. Temos muitos objetivos ainda esta época e um deles passa por chegar a um lugar no campeonato que nos dê acesso à próxima edição da Liga dos Campeões. A nossa equipa não merecia a derrota desta noite."

António Salvador: "A confiança em José Peseiro sai reforçada pelo trabalho que tem desenvolvido. O nosso primeiro objetivo era passar fase de grupo [da Liga do Campeões], e isso foi conseguido. Depois queríamos chegar aos oitavos de final mas não foi possível devido a erros próprios. É preciso ganhar pelo prestígio e pelo dinheiro que está em jogo."

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