domingo, 15 de setembro de 2013

Braga regressa ás vitórias (3-2) numa arbitragem desastrosa de Capela.


Jogo quente em Braga. Expulsões, grandes penalidades, equipas em inferioridade numérica e um Sp. Braga capaz de se livrar de uma situação completamente adversa, impondo a primeira derrota da época ao Estoril encerraram a quarta jornada do campeonato. Os minhotos estão no terceiro posto da classificação, a um ponto do Sporting.
Teve de tudo o jogo entre Sp. Braga e Estoril, e por certo os 10046 espectadores que marcaram presença nas bancadas do Estádio Axa não se poderão queixar da falta de emoções à flor da pele. João Capela para isso muito contribuiu, com um leque de juízos errados, dos quais sobressaem duas grandes penalidades assinaladas por infrações ocorridas fora da área.
A equipa que viajou do Estoril, que ainda não havia perdido esta época, deslumbrou-se com a situação favorável e adormeceu à sombra da vantagem, mas ainda foi a tempo de voltar a fazer a Pedreira abanar, quando já estava reduzido a nove elementos.

Pedreira a tremer

Depois de duas derrotas consecutivas, daquelas que deixam marcas, o Sp. Braga precisava do aconchego do seu lar, do conforto e do carinho da sua casa. Eram ingredientes fundamentais para a equipa do professor Jesualdo Ferreira entrasse nos eixos.
Assistiu-se precisamente ao contrário. O jogo ficou desde cedo desnivelado com a equipa da casa a ficar reduzida a dez elementos e a perder por uma bola a zero. Baiano foi imprudente na forma como travou Evandro, o árbitro João Capela foi ainda mais desleixado na forma como apontou para a marca da grande penalidade por uma falta ocorrida bem antes da linha.
Ainda antes do minuto vinte o Sp. Braga estava reduzido a dez unidades, perdia por uma bola a zero e mais do que nunca estava exposto para o jogo que o Estoril mais gosta de fazer. Mas a reação minhota na etapa final do primeiro tempo teve tradução num grande golo: após trabalho de Éder na esquerda, Alan fuzilou Vagner à entrada da área e restabeleceu a igualdade.

Capitão Alan liderou revolta

O segundo tempo iniciou-se com uma espécie de equilibrar da balança por parte de João Capela. Igualou as equipas no que ao número de jogadores diz respeito assinalando nova grande penalidade que ocorreu fora da área e deu oportunidade ao Braga para dar a cambalhota no marcador. Alan voltou a ser decisivo depois de já ter feito o primeiro.
Com mais tranquilidade, e já a mais um jogador em campo os arsenalistas ampliaram o marcador por intermédio do recém-entrado Custódio, pondo um aparente ponto final na questão.
Pelo menos era o que se esperava, mas o Estoril ainda teve atitude e forças para voltar a fazer a pedreira tremer. Os visitantes reduziram a desvantagem por intermédio de Sebá e ainda viram a bola ir caprichosamente ao ferro, acabando o encontro instalados no meio campo do Sp. Braga.
Jogo emotivo, com incerteza no resultado até ao final. Um jogo entre duas equipas com um bonito futebol merecia outro árbitro que não o João Capela desastrado desta noite. Contas feitas, o Sp. Braga carimbou uma vitória daquelas que dão moral a qualquer equipa e subiu ao terceiro posto. O Estoril perdeu pela primeira vez esta época e mantém os sete pontos que chegam para acompanhar o comboio dos quartos classificados a meias com Benfica e V. Guimarães.

Jesualdo Ferreira: "Queria valorizar esta vitória, fomos uns justos vencedores. Nos últimos dois jogos todos viram que fomos a equipa que podia ter ganho e não conseguiu fazer o mais fácil, no caso, marcar golos. Por isso, a pior coisa que nos podia acontecer era ficarmos com dez e sofrer um penálti. Por isso, tenho de dizer que os jogadores foram fantásticos, tiveram uma reação de campeões, com grande caráter, e mostraram que, se houver calma, este Sp. Braga pode ser uma equipa de grande futuro."

Figura

Alan: Numa altura em que a «Legião» passava por apuros, foi o capitão a puxar dos galões para tranquilizar as tropas e resolver uma batalha que parecia destinada ao infortúnio. A pedreira tremia, mas o número trinta do Sp. Braga teve estofo para bater Vagner por duas ocasiões. O passe de Éder, para o primeiro tento, levava faro de golo, mas foi preciso frieza para o fazer. Na marca dos onze metros também não teve problemas em bater o guarda-redes do Estoril.

Desilusão

Baiano: Imprudente na forma como se fez ao lance que originou o penalty. A falta é fora da área, é certo, mas mesmo assim o lateral deixou a equipa de Jesualdo Ferreira órfão de uma unidade ainda numa fase precoce do encontro, porque a expulsão é incontestável. Foi no engodo de um lance característico da equipa do Estoril e expôs a sua equipa a uma situação complicadíssima. Noite não do defesa que logo aos 15 segundos de jogo fez uma falta dura sobre um adversário.

O Momento

Golo Alan (minuto 32): Trabalho delicioso de Éder. Levou a melhor sobre Anderson Luís no lado esquerdo do ataque, deixou o adversário completamente nas covas, e depois serviu na perfeição Alan, como ninguém o serviu esta noite. Passe com todas as medidas traçadas ao milímetro. O capitão só teve que chutar. Belo lance de futebol, numa altura em que o Sp. Braga estava a menos um e precisava de ânimo.

Outros destaques:

Luís Leal: Um vagabundo na frente de ataque do Estoril. Sempre muito batalhador e um elemento a ter em conta nas movimentações ofensivas da equipa de Marco Silva. Eclipsa-se do jogo como que propositadamente para depois aparecer longe da vista de toda a gente a grande velocidade.

Éder: Já vinha dando uns ares da sua graça nos minutos a que ia tendo direito. É claramente uma mais-valia para este Sp. Braga, e para a seleção de Paulo Bento, e perspectivava-se a sua estreia a titular a qualquer momento. Serviu de forma deliciosa Alan no primeiro golo arsenalista e foi rapidíssimo no lance em que que «cavou» a falta que João Capela assinalou penálti. Saiu sob uma grande ovação.

Luís Silva: Discreto no miolo, sem grande acutilância e capacidade organizadora foi relegado para a esquerda com a expulsão de Baiano. Jogada de mestre de Jesualdo Ferreira que soltou o miúdo e terá descoberto um defesa esquerdo. Ganhou ânimo e capacidade de subir no terreno fazendo a diferença no período em que o Sp. Braga estava a menos.

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