sábado, 23 de fevereiro de 2013
Braga vence o Derby do Minho por 3-2 !
Fazer as pazes num cenário perfeito. Revitaliza qualquer relação, salva-a do comodismo, liberta-a do risco da separação. Noite feliz, pois, para um Sp. Braga em crise pré-anunciada e a necessitar urgentemente de momentos assim. No meio disto tudo, a vítima foi o V. Guimarães.
Antes de ser épico, o filme foi horrível, porém. O primeiro tempo, até ao golo de Éder ao minuto 43, pareceu concebido por Ed Wood, o pior realizador de sempre em Hollywood. Apetece dizer que nem os efeitos espaciais salvariam tamanho bocejo.
Passes errados, medo evidente, estratégias atadas em equívocos individuais sem solução aparente. Mas, como nas mais belas longas metragens, um pormenor tudo pode alterar. Nesta partida, o detalhe libertador foi precisamente o cabeceamento vitorioso de Éder, a centro de Viana.
Num instante, Ed Wood ganhou a inspiração divina e tornou-se um Tarantino, um Scorsese, um Eastwood. Tudo passou a fazer sentido, pelo menos para os de Braga, e durante vários minutos a goleada começou a espreitar atrás da porta.
Podia ter sido um western recheado de cowboys e indíos, balas e flechas, ou um thriller de final inesperado, mas Soudani não quis. Ao falhar completamente isolado frente a Quim, no minuto 46, o avançado argelino deixou o Vitória desolado e, mais do que isso, desnorteado.
Logo depois, Hugo Viana voltou a tirar as medidas certas a um cruzamento e pôs a bola na cabeça de Paulo Vinícius para o 2-0. Mais seis minutos e o terceiro do Braga, com Éder a vestir a pele de galã de cinema e a fazer tudo bem do princípio ao fim: arranque, drible, remate.
O argumento não podia ser mais benigno para os da casa e amaldiçoado para os de Guimarães. Há quem jure ter visto Bela Lugosi, o Drácula favorito da Sétima Arte, a passar apressado diante da baliza de Douglas.
A humilhação servia-se fria, mas num imprevisto assomo de orgulho e bom senso, o Vitória fez dois golos nos últimos dez minutos (Paulo Oliveira e Soudani) e reduziu ao limite do suportável uma diferença que ameaçava seguir no sentido oposto.
A equipa de Rui Vitória já não foi a tempo do volte-face, mas ajudou a elevar a fasquia da emoção e os níveis de dúvida. Os Oscars estão aí à porta e isto é o que apreciamos num filme, seja ele realizado pelo incompreendido Wood ou pelo génio de Tarantino, Scorsese ou Eastwood.
O Sp. Braga fez as pazes com José Peseiro. Ninguém se lembraria de melhor ideia.
CLUBE ULTRAPASSA OS 30.000 SÓCIOS
O Sp. Braga ultrapassou esta semana os 30 mil sócios, um aumento de 110 por cento desde 2006, informou esta sexta-feira o clube da Liga ZON Sagres.
Os arsenalistas consideram que "esta marca é mais uma prova que solidifica o clube como a maior instituição desportiva da região e uma das maiores do país e que confirma o crescimento sustentado na última década, tanto dentro como fora do campo".
Numa nota publicada no seu site oficial na internet, o clube revela que tem atualmente associados em todos os distritos do país, à exceção de Portalegre e Évora, bem como em 31 países espalhados pelos cinco continentes.
"Alcançar os 30 mil sócios significa um crescimento de 110 por cento desde o ano de 2006, mas está longe de representar o fim do caminho", pode ler-se.
José Peseiro: "É uma vitória justíssima. Esta equipa tem sofrido, mas hoje fez um grande jogo. [sobre o sofrimento final] Mesmo nesta parte final tivemos oportunidades. Os adversários estão com uma eficácia impressionante, e nós temos de criar muitas oportunidades para marcar. Mas é uma vitória justíssima e um resultado curto. [sobre o pedido que tinha feito, para que os adeptos apoiassem a equipa] Dou os parabéns à massa associativa pelo importante apoio que deu. A equipa esteve tranquila e por isso criou muitas oportunidades de golo. A equipa merece o apoio. Infelizmente a produção não tem sido correspondente aos resultados. Não me satisfaz ter sofrido dois golos no final. Estávamos tranquilos e não foi bom. Mas criámos muitas oportunidades de golo. Tivemos uma entrada forte. O apoio dos sócios ajudou a serenar a equipa. O primeiro golo até demorou a chegar. Na segunda parte chegámos ao 3-0 e tivemos ainda ocasiões para mais. Prefiro ganhar 3-2 do que 1-0, mas queria mesmo era ter ganho por 3-0. Já não ganhávamos há quatro jornadas e foi importante vencer."
Éder: "Foi uma vitória importante e indiscutível. Muito merecida, pois dominámos o jogo completamente. O Vitória marcou dois golos mas fomos sempre superiores. [sentiram que era importante vencer por José Peseiro?] «É uma vitória importante para nós, pois o grupo está unido."
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