quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Braga sofre nova derrota e é eliminado da Taça de Portugal.


Um derby é sempre um derby. A frase, marcada nos livros como uma das mais batidas na gíria futebolística, tem constantes confirmações (basta lembrar-nos do recente Benfica-FC Porto para a Liga, com aqueles memoráveis 20 minutos iniciais).
E um derby minhoto, então, tem aliciantes garantidos. Ganhar ao Braga é, para os vimaranenses, um objetivo especial numa época. Bater o Vitória é, para os bracarenses, uma meta a atingir, seja em que contexto for.
Quem viu o V. Guimarães-Sp. Braga percebeu, desde o apito inicial, este sentimento mútuo. Era para a Taça? Melhor ainda: havia a possibilidade de atirar para fora da competição o adversário perdedor.
Num duelo com estas características, um erro pode ter consequências impensáveis. E quem não terá mesmo pensado nisso foi Leandro Salino.
O brasileiro, que até costuma ser jogador regular e previsível, teve um momento de descontração logo a seguir ao arranque do jogo. Queria atrasar para Quim, okay, mas tinha que ter visto a oposição oportuna de Barrientos.
Agradeceu o uruguaio, que colocou o Vitória na frente aos... 16 segundos. Quem poderia adivinhar?
Mas o Braga é uma equipa com categoria indiscutível. À adversidade, o conjunto de Peseiro respondeu com nível. Pegou no jogo, procurou a sorte, buscou o empate.
Mossoró orientou, Éder porfiou, Ismaily cruzou. O 1-1 parecia perto.
Só que o intervalo chegou e o golo bracarense não apareceu. Com alguma fortuna à mistura, o Vitória foi fazendo jus ao nome, mesmo criando menos ocasiões que o poderoso adversário.
Depois de 45 minutos iniciais de grande nível, o segundo tempo foi menos interessante de seguir. Mostrou um futebol mais lento, muitas interrupções, mais cautelas mútuas.
O Braga manteve a fé e a cabeça de Micael, entretanto colocado em jogo, quase repôs a igualdade.
A atitude confiante dos bracarenses, mesmo em situação de desvantagem, acabou por ser premiada, com o empate a surgir a cinco minutos dos 90. Mérito, também, do sentido de oportunidade de Éder.
Depois do 1-1, o sinal mais foi reforçado para o lado bracarense. Havia pouco tempo para evitar o prolongamento, mas os homens de José Peseiro estiveram perto de festejar aos 90.
Mas o futebol tem mesmo uma enorme capacidade de nos surpreender. Se a parte final dos 90 apontavam para um favoritismo do Braga para as meias-finais, eis que o Vitória ressurgiu nos primeiros minutos do tempo suplementar e recuperou a vantagem no marcador.
Era mesmo a noite de Barrientos. O uruguaio bisou e de novo com golo oportuno. Os vimaranenses foram ao rubro, Peseiro pôs as mãos à cabeça. Os bracarenses ainda podiam ter chegado ao 2-2, mas Douglas foi enorme a travar o que parecia ser um golo certo de Éder.
Num jogo intensíssimo, cheio, combatido, com litros de suor destilados nos dois campos, o Guimarães foi mais feliz e acabou por sorrir.
O Braga cometeu o pecado de começar mal duas vezes. Mesmo para uma equipa personalizada como esta, isso costuma ser fatal em jogos desta dimensão.
Abençoada rivalidade.

José Peseiro: "O V. Guimarães teve três oportunidades e fez dois golos, nós tivemos inúmeras e só fizemos um. O guarda-redes do V. Guimarães fez uma grande exibição. 90 por cento do jogo foi de domínio e hegemonia nossa, com golos desperdiçados na pequena área... Infelizmente o futebol tem destas coisas. O resultado é injustíssimo. Tudo fizemos para ganhar e merecíamos outro resultado. Penso que ficou uma grande penalidade por assinalar a nosso favor. Fizemos uma exibição para ganhar não por um, mas por mais golos. Nada tenho a apontar à minha equipa. O FC Porto foi eliminado da Taça de Portugal e não tem motivação para a Liga? E o Sporting, que já está eliminado em todas as competições? Temos a Taça da Liga para vencer e o terceiro lugar do Campeonato para conquistar, no mínimo."

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