sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Escândalo na Pedreira (0-2).


Do céu ao inferno em dois tempos. Quem diria que este Pandurii era um estreante nos palcos europeus? Da Roménia veio uma vantagem de um golo da primeira mão, mas o jogo no Estádio Axa revelou um Sp. Braga de duas caras, que tem apenas que se queixar de si próprio por se ter espalhado ao comprido e ter falhado o primeiro grande objectivo da época.
Apáticos e inseguros na primeira parte, os guerreiros deixaram os romenos superiorizar-se e quando acordaram já foi tarde. É o adeus à Liga Europa. E mais um falhanço de Jesualdo Ferreira, que nem à terceira conseguiu garantir uma fase de grupos pelo Sp. Braga.
O professor bem tinha alertado que um golo de vantagem de pouco ou nada valia e a verdade é que bastaram quinze minutos para se esfumar essa superioridade. O Sp. Braga queria marcar cedo, até entrou forte em campo, mas acabou por ceder aos poucos, por um Pandurii surpreendente em termos ofensivos e no contra-ataque.
Com uma estratégia táctica totalmente diferente do primeiro jogo em Cluj, a equipa romena causou surpresa e calou o Estádio Axa, ao empatar a eliminatória. A quebra dos arsenalistas após os minutos iniciais permitiu ao adversário crescer fruto de um futebol directo e o inesperado aconteceu.
Cruzamento de Nicoara, na esquerda, e Buleica de cabeça a aproveitar um erro de Joãozinho e a atirar para o fundo das redes. Balde de água gelada e um silêncio ensu rdecedor nas bancadas.
O Sp. Braga acusou o golo que empatou a eliminatória e foi uma sombra do habitual. Apática, sem chama e irreconhecível, a equipa bracarense ficou intranquila, com os jogadores a errarem muitos passes e a não conseguirem pegar no jogo. Apesar de um maior domínio, não criaram nenhuma situação de perigo. À excepção de um livre de Alan já perto do intervalo e um lance de Yazalde.
O puxão de orelhas do professor no balneário transformou a equipa para o segundo tempo, que surgiu bem mais personalizada e com maior velocidade. A pressão começou com um soberbo livre directo de Edinho, a obrigar Pedro Mingote a voar com uma brilhante defesa. Alan, Edinho e Rúben Micael bem foram tentando a sorte, mas a mira esteve desfocada.
Com o empate na eliminatória a manter-se, Jesualdo Ferreira lançou Pardo e Agra para refrescar as alas e dar maior mobilidade ao ataque e a equipa cresceu, contudo sem acertar no alvo.
Nem Éder - que seis meses depois voltou aos relvados - desatou o nó do marcador. E Micael ficou a milímetros do golo.
A decisão arrastou-se para um prolongamento emotivo. Primeiro foi a barra a travar um tiro de Éder que levava selo de golaço, depois foi o ferro a salvar Eduardo, num potente remate de Ciucur. Mas o aviso estava dado. O inferno surgiu quando Ciucur, com um tiro, apontou o segundo golo. E gelou os corações dos adeptos bracarenses.

Jesualdo Ferreira: "Há muitas coisas que se dizem e depois não se concretizam. O nosso adversário revelou-se mais forte do que estávamos à espera, mais do que o que mostrou na Roménia. Fizemos um jogo para ganhar mas não fomos felizes nos momentos em que teria de acontecer algo. É uma eliminatória mal perdida, um grande desgosto para o SC Braga. Mas estamos a começar e não vamos fazer deste jogo um drama apesar da desilusão para o SC Braga, uma vez que não esperávamos estar fora da Europa. Este era um jogo para o Éder entrar e jogar. Esperámos o que entendemos adequado e nestas alturas é preciso ter cuidado com as substituições e gestão. Na altura precisávamos de pressionar a defesa do Pandurii, que estava em dificuldades. Mas podíamos estar até à meia-noite a rematar que não íamos marcar nenhum golo. Fizemos a gestão para nos prepararmos para estarmos em condições para passar o playoff. Agora temos de continuar da mesma forma, para sermos mais fortes a cada dia e a cada jogo para subirmos e produzirmos de forma mais equilibrada. De forma geral tínhamos todos os argumentos para ganhar e merecíamos seguir em frete."

Alan: "Falhámos um objetivo, que era estar na fase de grupos. Demos tudo em campo mas podíamos ter ficado a jogar a noite toda e não marcávamos. Deu tudo errado. Tivemos oportunidades para marcar mas não conseguimos. Temos de levantar a cabeça e seguir em frente. Não podemos errar nos momentos cruciais."

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