quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Entrada com o pé esquerdo na Champions.
O SC Braga x Cluj pode resumir-se à história de um jogador que passou pela cidade dos arcebispos sem sucesso mas que decidiu regressar para ter o destaque que não conseguiu com a camisola arsenalista.
O futebolista em questão chama-se Rafael Bastos e foi, nada mais, nada menos, o autor dos dois golos com que o campeão da Roménia abateu o SC Braga, que se deixou surpreender pelo contra-ataque do Cluj.
Dois golos apontados pelo médio brasileiro na primeira parte, aos 19 e 34 minutos mais concretamente, fizeram com que os bracarenses iniciassem com o pé esquerdo a segunda presença na fase de grupos da Liga dos Campeões.
O SC Braga estava avisado. O Cluj nas eliminatórias que teve que disputar para chegar à fase de grupos marcou sempre fora de casa e logo por aí podia adivinhar-se o perigo que os romenos podiam causar. No Estádio Axa a tendência manteve-se para mal da equipa portuguesa.
SC Braga de Peseiro não entrou bem na Champions.
A jogar em casa, era esperado que os comandados de José Peseiro conseguissem conquistar os três pontos frente a uma equipa que, apesar de ser campeã da Roménia, é composta por muitos jogadores que já passaram por Portugal (oito no 11 inicial). Não o conseguiram fazer e não se pode dizer que o resultado seja injusto.
Com a lição bem estudada, o Cluj poucas vezes permitiu que o SC Braga criasse perigo e, pelo contrário, aproveitou da melhor forma as fragilidades defensivas dos minhotos, nomeadamente com a subida sem critério dos laterais que dessa forma deixaram a defesa demasiada exposta ao mortífero contra-ataque dos romenos.
Naquele que foi o segundo jogo do SC Braga sem Lima, Éder esteve longe de fazer esquecer o brasileiro mas o principal erro de Peseiro passou pela aposta em Márcio Mossoró e Rúben Micael juntos de início no meio-campo arsenalista.
Os dois jogadores raramente se entenderam e com isso perdeu o SC Braga. Perdeu essencialmente critério na hora de atacar, de nada valendo a maior posse de bola que a formação portuguesa mostrou.
Na segunda parte, Peseiro foi mexendo na equipa, primeiro tirando Alan, seguindo-se Hugo Viana e Leandro Salino para fazer entrar Hélder Barbosa, Zé Luís e Paulo César. Mas o jogo foi mais do mesmo. O Cluj, em vantagem no marcador desde cedo, defendeu bem o resultado, oferecendo a bola ao SC Braga mas mantendo o adversário longe da baliza de Mário Felgueiras.
Bastante rígido taticamente, o Cluj soube manter os minhotos presos na sua «teia» até ao apito final e nunca deu espaço nem oportunidade ao SC Braga para ser surpreendido, numa noite em que, verdade seja dita, a sorte também não quis nada com os arsenalistas.
José Peseiro: «Não fomos equipa equilibrada em termos de progressão e em termos emocionais, especialmente na primeira parte. Era importante termos seriedade, paciência e inteligência contra uma equipa que defende bem. Esperamos um pouco e ficamos nervosos e tensos. Frente à Udinese fomos equilibrados mas contra o Cluj não conseguimos fazer isso. Fomos a equipa com mais remates, 30 contra nove, com mais posse de bola, com 20 remates à baliza. Números não dão conforto mas dizem que fomos a equipa com mais situações de golo. Não merecíamos este resultado. É injusto mas dou os parabéns ao Cluj»
Éder: «Temos trabalhado para conseguir bons resultados. Mas hoje foi complicado depois de termos sofrido dois golos cedo. Esse era o ponto forte deles, com as transições rápidas»
Mossoró: «As coisas não saíram bem hoje. Temos de ter calma e paciência e o golo vai acabar por sair. Criámos situações mesmo antes do primeiro golo. Agora é levantar a cabeça, isto não é o fim. Foi um resultado mau mas temos equipa para dar a volta. Criámos, jogámos mas a bola não quis entrar»
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