sábado, 25 de outubro de 2008

Braga 3-0 Portsmouth


Dizem que Jorge Jesus é um treinador vaidoso. Que seja. Tem motivo para ser, pelo menos por estes dias. Ontem deu um verdadeiro banho táctico a Harry Redknapp, treinador de larga experiência no futebol inglês. A começar pela equipa que apresentou inicialmente. Abandonou o esquema habitual, com o meio-campo em losango, e preferiu o 4x4x2 clássico para combater o adversário. Apresentou ainda duas surpresas no onze inicial. João Pereira, o habitual lateral-direito, desta vez ficou no banco, sendo substituído por Frechaut, que tem mais alguns centímetros. Jorge Jesus, que na véspera tinha comparado João Pereira a Andrezinho, do Guimarães, por serem ambos baixos, não quis que lhe acontecesse o que aconteceu ao rival do Minho e enganou o técnico inglês. Depois, quando se pensava que podia jogar César Peixoto, afinal alinhou Matheus. A ideia era clara: transmitir maior velocidade ao ataque. Foi mais uma jogada de mestre. E foi pelos pés do brasileiro que começou a vitória do Braga, num lance em que Papa Diop não teve pernas e recorreu à falta. Do livre directo, transformado exemplarmente por Luis Aguiar, resultou o primeiro golo. Estava aberto o caminho para mais uma vitória, a sétima consecutiva esta época nas competições europeias, sempre sem sofrer golos. O Portsmouth, uma equipa caríssima, com um orçamento muito superior ao do Braga, não conseguiu responder ao futebol de qualidade de um adversário que ontem, curiosamente, só alinhou de início com dois portugueses (Eduardo e Frechaut) e assentou o seu jogo em sul-americanos: cinco brasileiros (Moisés, Evaldo, Vandinho, Alan e Matheus), um peruano (Rodriguez), um uruguaio (Luis Aguiar) e um colombiano (Rentería). O Portsmouth não se adaptou ao estilo de jogo dos bracarenses e limitou-se a fazer aquilo que sabe. Que é pouco, diga-se. Fez durante quase todo o jogo aquilo que qualquer equipa faz quando está em fase de desespero, ou seja, atira bolas para a área adversária. O Braga jogou muito, o Portsmouth não jogou nada, apostando quase em exclusivo nas bolas aéreas para Crouch. As poucas oportunidades que os ingleses criaram, Eduardo resolveu-as e bem, permitindo à equipa ir para o intervalo a vencer por 1-0. Resultado que se manteve por pouco tempo. No início da segunda parte, Luis Aguiar, verdadeiro maestro, serviu Rentería, que bateu novamente David James. O jogo estava completamente controlado, e foi então altura de Jesus voltar a mexer na equipa permitindo a merecida ovação a Rentería, substituído por Stélvio, e depois saiu Vandinho e entrou Paulo César. Dois minutos depois, o brasileiro construiu a jogada do terceiro golo, por Alan, que se estreou a marcar com a camisola bracarense. Tal como Luis Aguiar e Rentería, Alan também não teve espaço no FC Porto e ontem aproveitou a oportunidade para contribuir para a sétima vitória arsenalistas nas competições europeias, com 17 golos marcados e nenhum sofrido. E agora com o primeiro lugar no grupo, que dá mais tranquilidade para a viagem a Milão.

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